Antes de pensar em métrica, pense em gente.

Construa e eles virão - Vamos falar em começar com as pessoas e depois falar das métricas?

CONTEUDO DEVREL

Roberson Miguel

4/5/20252 min read

Construa e eles virão.

Tenho vivido um momentos muito particular na implantação da área de Developer Relations dentro de empresas que ainda estão se acostumando com esse conceito. O sentimento que fica é o de estar abrindo uma trilha em mata fechada — ao mesmo tempo desafiador e encantador, o que demanda muito de um espírito empreendedor, isso é sem glamour e muito trabalho.

No início, tudo é muito sobre
hashtag#aculturamento. Sobre conhecer quem são os devs de verdade, não só pelos cargos, mas pelas dores, ansiedades, talentos e até pelas desconfianças que eles carregam. Mais do que qualquer estratégia, essa escuta ativa tem sido meu maior ativo. É dela que emergem as ideias que realmente colam, as pautas que fazem sentido, os eventos que não viram só "mais um" ou "mais do mesmo".

Nesse processo, um dos desafios que surgem é: como demonstrar valor? Como traduzir todo esse movimento humano em algo que dialogue com o negócio, com os
hashtag#indicadores, com os famosos stakeholders?

É aqui que trago um ponto que tem sido meu fio condutor: as métricas
hashtag#SPACE.

Para quem ainda não ouviu falar,
hashtag#SPACE é uma abordagem que propõe que o desempenho de times de desenvolvimento não se mede apenas com "quantidade de entrega". Ela sugere 5 dimensões:

S: Satisfaction and well-being
P: Performance
A: Activity
C: Communication and collaboration
E: Efficiency and flow


Mas aqui vai uma confissão: raramente conseguimos aplicar todos os cinco elementos de forma imediata. E tudo bem. O mais importante, nesse momento de construção cultural, é começar pelas métricas que fazem mais sentido para o momento do time.

Por exemplo, no estágio inicial de
hashtag#DevRel, tenho focado muito mais em Satisfação e Comunicação. Não adianta olhar para throughput se os devs estão exaustos ou desmotivados. Comecei a rodar pequenas escutas, mapear dores e entender onde o fluxo trava. Às vezes, uma simples roda de conversa gerou mais insight do que dashboards gigantes.

Dicas práticas desse momento:

1. Mapeie os devs como pessoas, não só como função. Descubra o que os move, o que os trava, o que eles sonham.
2. Crie canais de escuta seguros. Um
hashtag#DevRel que sabe ouvir vale mais que qualquer arte bonita no hashtag#Teams ou hashtag#Slack.
3. Escolha 2 ou 3 dimensões do
hashtag#SPACE que façam sentido agora. Comece pequeno, mas comece com intenção.
4. Traduza sentimentos em tendências. Aquilo que parece intangível pode virar insight quando bem organizado.
5. Compartilhe o progresso com os gestores. Mostre como o bem-estar impacta na retenção, inovação e entrega.

DevRel não é uma área "fofa". É uma área estratégica que conecta cultura, tecnologia e pessoas. Se bem aplicada, ela antecipa problemas, reduz atrito entre áreas e aumenta a satisfação — e, com ela, a produtividade.

O convite que faço aos gestores é: antes de pedir resultados em números, permita que o DevRel mergulhe no território humano. Os números virão. Mas o alicerce começa na confiança.